quarta-feira, 20 de novembro de 2013


Farinha de Banana Verde Aliada contra o diabetes 

Outra pesquisa realizada recentemente teve como objetivo desenvolvedor uma nova forma de processamento de farinha de banana, de modo a elevar o conteúdo de amido resistente após o processo de desidratação (secagem) em relação aos produtos disponíveis no mercado. Isso porque a maioria dos processos utilizados atualmente destrói grande parte do amido durante o cozimento, no caso das farinhas. O estudo deu continuidade a uma importante pesquisa realizada anteriormente, que mostrou que o amido isolado e a massa de banana verde podem reduzir a quantidade de insulina necessária para manter os níveis normais de glicose no sangue.
Durante o primeiro trabalho, realizado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) foram pesquisados os efeitos locais e sistêmicos do amido isolado e da massa de banana verde no organismo de ratos. Os pesquisadores, orientados pela professora doutora Elizabete Wenzel de Menezes, contataram que ambas apresentaram elevado teor de carboidratos não disponível e alto fermentabilidade, reduzindo o ph do intestino grosso e gerando diversos benefícios para o organismo, como a produção de butirato.  Segundo a professora o amido isolado de banana na possui de 80% a 90% de amido resistente (base seca), enquanto a farinha de massa de banana verde apresenta apenas cerca de 10% da substância, embora contenha significativa proporção de fibras alimentares.
 Este foi o ponto de partida da doutora em Ciências dos alimentos da USP, Milana Dan, para iniciar  sua pesquisa com foco no desenvolvimento de um produto proveniente da banana verde que apresentasse maior conteúdo de amido resistente na composição.
“Queríamos melhorar a biomassa e desenvolver um produto adequado para consumo humano, que tivesse a maior concentração possível de amido resistente em sua composição final”, explica. Já era conhecido  o fato de que a substância diminuía a glicemia e promovia efeitos positivos no intestino de ratos,e o desafio era mostrar a curva glicêmica após a ingestão de alimentos a base de farinha de trigo e comparar com a curva após ingestão de farinha de banana verde,comprovando a ação benéfica do alimento na diminuição do risco do diabetes tipo 2. Além disso, foram realizados ensaios clínicos em voluntários saudáveis para comprovação de efeito sobre o funcionamento intestinal,assim como sobre a saciedade, através da liberação de hormônios gastrintestinais relacionados a fome/saciedade.
Dependendo do grau de maturação da banana, observa-se mais ou menos amido resistente em sua composição. Por meio de inúmeros testes e na analises foi possível encontrar o tempo e a temperatura de secagens excelentes, alem do momento exato para colheita da fruta-definida por meio de um conjunto de fatores, como o diâmetro -, o que resultou em uma farinha com cerca de 50% de amido resistente.
“A cor verde se mantém durante um longo período, mas as propriedades vão se modificando internamente. Este é justamente o ponto principal de nossa patente, pois encontramos o momento correto para colher e a maneira que acreditamos ser a melhor para processar e desidratar a fruta, de forma que preserve o Maximo possível suas propriedades”, acrescentam a pesquisadora Milana Dan.
A diferença nutricional entre a biomassa e a farinha de banana verde se dá no processamento, pois durante o cozimento para preparo da biomassa, o amido gelatiniza e deixa de ser resistente. Já a farinha é desidratada crua, com controle de temperatura durante a secagem, o que garante um produto final superior. A nutricionista acrescenta que um dos grandes problemas enfrentados durante o trabalho foi em relação ao rendimento, pois 70% da banana verde é formada por água e,sem a casca ,acaba sobrando apenas 13% do volume original.
“Ainda assim o projeto tem um viés muito forte de sustentabilidade  “, garante.

No momento,esta sendo concluído um ensaio clinico no qual os voluntários (adultos saudáveis) consumiram sopas adicionadas da farinha da banana verde três vezes por semana,durante dois meses ,para avaliar o efeito sobra a resposta plasmática de hormônios gastrintestinais relacionados com saciedade e funcionamento intestinal,bem como mudanças na microbiota.

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